Por Suelane Carneiro
A origem do mundo pode ser explicada por diferentes perspectivas. Algumas são mais trabalhadas e apresentadas no meio acadêmico, enquanto outras são sufocadas por serem consideradas como não científicas. Sendo assim não devem ser levadas para sala de aula.
Pensando na escassez de se trabalhar diferentes teorias no meio acadêmico, a Rede Adventista de Ensino tem desenvolvido simpósios a fim de promover discussões sobre o surgimento das espécies e do mundo. Neste sábado (25), o diálogo das origens aconteceu na igreja do câmpus da Faculdade Adventista da Bahia (Fadba) e foi transmitido pelo canal do YouTube da faculdade.
A pauta do encontro perpassou por abordagens históricas, arqueológicas e biológicas. Sendo analisadas por diferentes palestrantes mas com o propósito de apresentar evidências que fundamente as nuanças que envolvem o criacionismo.
Necessidade de conhecer a diversas cosmovisões
Segundo o professor responsável pela Educação Adventista para toda Bahia e Sergipe, Luis Penteado, o Simpósio de Comunicação tem como proposta evidenciar a identidade Criacionista da Rede Adventista de Educação assim como oferecer conteúdo Criacionista de qualidade à comunidade.
Diante das visões adversas sobre a origem do mundo apresentadas em ambiente escolar e universitário, a Criacionista não é abordada e, quando acontece, se apresenta de forma discreta. Para tanto, a Rede Adventista de Ensino busca por meio de simpósios e fóruns como esse apresentar e consolidar a sua cosmovisão Criacionista. “Fornecemos evidências que possam informar, ensinar e munir nossa instituição com argumentos sólidos e embasados”, destaca.
“A Criação Especial, assim como qualquer teoria a respeito das origens, não pode ser comprovada por meio do método científico. Sendo assim, as evidências científicas que fundamentam esta teoria devem ser discutidas, divulgadas e defendidas a fim de que outras teorias, sobretudo a da Evolução, não sejam deputadas como verdades científicas, como o foram por muitas décadas, enquanto a comunidade religiosa se esquivou deste debate ou defendeu seus pontos de vista com argumentos fracos ou mal fundamentados”, enfoca.
Uma das palestras apresentadas ficou a cargo do professor doutor Matusalém Alves, que trouxe elucidação dos ensinamentos de Sumé e a Tradução Itacoatiara no Contexto da Pedra do Ingá e do Dilúvio Bíblico. Focando na tradição nordeste, agreste, Itacoatiara, cosmogônica e tradução geométrica.
Ele se utilizou de uma abordagem arqueológica baseada na arte rupestre, feita em pedras por gravuras, esculturas e pinturas em baixo relevo pelos índios Cariris. Para ele é imprescindível estudarmos a arqueologia para compreensão da origem, visto que é a cultura material deixada pelo homem ao longo da história. Ela consegue comprovar informações importantes que estão narradas e apresentadas na bíblia e que não estão contidas nos livros convencionais.
Por meio desses sítios arqueológicos e suas histórias pintadas, desenhadas e esculpidas é possível visualizar indícios de um povo mais primitivo que já acreditava na adoração de um único Deus. Apresenta uma grande catástrofe acometendo a terra, assim como a construção de uma grande embarcação.
O professor Matusalém, afirma ainda que as universidades mostram apenas a visão que foi elaborada a partir do evolucionismo no século XIX, onde as ideias de Charles Darwin começaram a prevalecer e aos poucos foram alcançando e se tornando hegemônica. Em contra partida, há um avanço significativo quanto as questões pertinentes a arqueologia bíblica e de verificar a possibilidade de ver outras cosmovisões que não sejam apenas evolucionistas.
Quanto a importância de conhecer outras teorias e cosmovisões, Matusalém declara:
“Quando não permitimos que as pessoas analisem as diversas teorias e as diversas cosmovisões, nós deixamos de permitir que as pessoas, discutam, critiquem e a cima de tudo façam uma comparação para compreensão da existência e origem do homem”, reforça.
Na arqueologia, foi possível fazer um apanhado de histórias dos mais diversos povos que nunca tiveram contato com a bíblia, mas narram de forma veemente a existência do homem a partir de uma criação Superior e de um dilúvio.
“Essas evidencias arqueológicas, antropológicas e históricas que ligam ao passado e que convergem para aquilo que é ensinado na bíblia nos leva a crer que em algum tempo ou momento da história os fatos realmente aconteceram. Onde cada povo de acordo com sua cosmovisão e cultura narraram esses eventos”, conclui.
Criacionismo e genética
O professor doutor Wellington Silva, cientista biológico e mediador do simpósio, diz que ao se observar um simples microrganismo através do microscópio ou uma simples célula, é possível perceber uma complexidade extraordinária que dificilmente poderia ter vindo à existência pelo acaso. Até mesmo as mutações aleatórias e a seleção natural não seria capaz de originar tamanha complexidade como afirmam os evolucionistas.
“Em uma única célula humana por exemplo nós encontramos milhares de proteínas que trabalham de maneira harmônica e que são codificadas pela informação contida na molécula de DNA, a molécula da vida. Por isso eu acredito que há um propósito, uma intencionalidade e um planejamento por trás de tudo isso e não apenas no nível molecular e celular, mas em todos os níveis de organização dos seres vivos. E como cristão eu acredito que Deus trouxe a existência toda esta complexidade e beleza”, contribui.
Segundo o professor Wellington, para todo biólogo criacionista existem algumas evidências que apontam para existência de planejamento. São elas: A existência de interdependência entre as moléculas que são responsáveis pelo metabolismo celular.
“A informação complexa e especificada presente na molécula de DNA para originar um organismo apontam para a existência de um Designer divino”, completa.
"O Gênesis e a literatura do antigo Egito”
O Simpósio finalizou com a participação também marcante do arqueólogo, professor e doutor Rodrigo Silva que ministrou uma palestra sobre “O Gênesis e a literatura do antigo Egito”. Na ocasião, ele apresenta o estudo criacionista sobe a visão literária da bíblia, dos artefatos que confirmam a historicidade da bíblia e na tradição bíblica sobre Adão.
Em sua abordagem, o doutor Rodrigo Silva, apresentou a visão distorcida que teóricos da mais alta crítica possuem. Eles trabalham com a hipótese de que a bíblia é um plágio. Isso se deve porque muitas passagens do Gênesis têm algumas veros semelhanças com mitos sumérios e, com a literatura egípcia. Pra eles, se há semelhança, há plágio.
Rodrigo refuta essa opinião afirmando que a bíblia não é um plágio. Mostra que se ambos escritos apontam para uma origem comum é porque beberam de uma mesma fonte. Ainda que seja de modo diferente, cada uma ao seu modo, houve uma replicação dos mesmos conceitos.
“Partindo do pressuposto que Adão e Eva existiram e que todas as nações são seus descendentes, não me surpreendo de encontrar uma história semelhante na cabeça no começo nas mais diferentes civilizações ao redor do mundo”, menciona.
Como exemplificação dessa abordagem, o doutor Rodrigo Silva projetou na tela duas notas de três dólares com algumas imagens diferentes. Em uma das notas, uma figura de um carro e na outra o rosto de uma mulher. Perguntou se eram verdadeiras ou falsas. Muito creram que sim. Em sua explicação, a nota não é falsa porque não existe uma nota de três dólares.
“Você pode fabricar uma nota de três dólares. Ela não terá valor, mas isso não indica que ela seja falsa. Em termos filosóficos, para algo ser falso, imediatamente é preciso falsificar o verdadeiro”, explica.
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